terça-feira, 21 de junho de 2011

Quero...



Quero escrever-te em grãos de areia
em incansáveis rodopios
como se do pó fizesse sombra
e inventar - te aqui
todos os dias

Quero tornar-te maior que a penumbra
fulgor entre vinho e lua
verter a noite e bebê-la
com o sorriso
nos olhos

Quero somente estender-te
para lá do mar
entre marés
em consistente gravitação nossa

mas o que há em mim é loucura,
talvez a última que me mata
e me importuna

porque estás escrito num tecido que sangra
a cada traço que contorno
e a minha subtileza é inútil,
infecunda
                    mente
inútil